O primeiro mergulho de Raphael Montes no universo literário já revela por que ele se tornou o maior nome do novo suspense brasileiro. Com Suicidas, publicado originalmente quando o autor tinha apenas 22 anos e relançado com um novo capítulo pela Companhia das Letras, somos tragados para um enredo perturbador, ousado e brutalmente atual. O livro desafia o leitor ao tocar, de forma nua e crua, temas como depressão, morte e os limites da moral em uma sociedade obcecada por sucesso, aparência e privilégio.
A força da obra se revela logo nos primeiros parágrafos, quando nos deparamos com a chocante cena de nove jovens da elite carioca mortos no porão de um sítio, aparentemente vítimas de um jogo macabro de roleta-russa coletiva. A partir dessa premissa, o livro costura um intrigante quebra-cabeça psicológico onde a motivação é tão importante quanto o ato em si. Montes se destaca por sua coragem em construir uma narrativa que não busca conforto — mas confronto. Ele entrega um texto intenso, claustrofóbico e envolvente, que desafia o leitor a enxergar para além da superfície das aparências.
O narrador da história é Alê, um dos jovens mortos, que deixa um gravador com sua versão dos acontecimentos, provocando um embate entre a narrativa oficial e os registros encontrados pela polícia. Em paralelo, um detetive e uma psicóloga tentam compreender o que se passou, e essa alternância entre vozes narrativas cria uma profundidade narrativa rara, elevando a tensão página após página. A escrita de Raphael Montes é cruelmente precisa, com um ritmo alucinante e uma capacidade de construir personagens tridimensionais e inquietantes.
O que torna Suicidas tão singular é sua habilidade de manter a tensão psicológica, expondo aos poucos os segredos, pressões sociais e traumas pessoais que levaram os jovens ao extremo. Não se trata apenas de um thriller com mistério — é uma crítica feroz à cultura da performance, ao vazio existencial e às expectativas inalcançáveis impostas à juventude privilegiada. A densidade temática é elevada, mas tratada com uma prosa acessível e direta, que alterna momentos de melancolia, desespero e até ironia.
Com 342 páginas escritas em português, o livro se mantém atual e relevante, mesmo quase uma década após sua primeira edição. Seu formato físico é clássico, publicado pela respeitada Companhia das Letras, com dimensões confortáveis de 20.8 x 13.8 cm. Além disso, sua avaliação média de 4,7 estrelas com mais de 9.600 resenhas demonstra o impacto duradouro que a obra tem exercido sobre os leitores brasileiros.
Raphael Montes, criador também da série de sucesso da Netflix “Bom Dia, Verônica”, consolida aqui sua identidade literária: intensa, provocadora e profundamente humana. Sua coragem em abordar temas tabu com uma narrativa envolvente e bem estruturada o posiciona entre os autores contemporâneos mais importantes da literatura nacional.
Para quem procura uma leitura inteligente, sombria e carregada de crítica social, Suicidas, de Raphael Montes, é uma escolha certeira. Um livro que inquieta, provoca e permanece vivo na mente do leitor muito tempo depois da última página. Disponível em formato ebook Kindle e ePub na Amazon, é uma leitura essencial para quem deseja explorar os limites da condição humana em uma sociedade cheia de máscaras. Prepare-se para ser desafiado.
